Saiba mas sobre Mestre Jelon

Mestre Jelon Vieira fundador do Capoeira Luanda, nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia, em 1953. Aos 10 anos de idade começou a treinar Capoeira Angola, com o mestre Emérito e posteriormente com mestre Bobô. Em 1969 conheceu mestre Ezequiel com quem aprendeu Capoeira Regional ,tendo a honra de treinar na academia do mestre Bimba.



Em 1972 ingressou no “Viva Bahia”, dirigido pela Professora Emilia Biancadi de Ferreira, ocasião em que também aprendeu as danças Folclóricas da Bahia. Em 1974, durante uma tournée de três meses do “Viva Brasil“, viajou para a Europa com mestre João Grande, mas resolveu deixar a companhia, fixando-se em Paris ,e, em seguida, se mudou para Londres, com o objetivo de desenvolver um trabalho com a capoeira.




Em 1975 foi convidado para realizar um show nos Estados Unidos, e resolveu ficar em Nova Iorque. Seus primeiros trabalhos foram nas escolas públicas do Bronx aonde, pela primeira vez, conheceu o Break Dance . Em 1982 ingressou na “New York University” com o objetivo de aprimorar seu inglês. Em 1980 fundou a “The Capoeira Foundation, Inc.” e em 1993 a “Fundação Ilé Bahia de Santo Antonio” no Texas, organizações que têm como objetivo a divulgação da cultura afro-brasileira nos Estados Unidos. Teve como seus alunos: Pelé, Wesley Snipes e Eddie Murphy. EM 1993, após regressar ao Brasil, fundou o “Instituto de Artes Urbana da Bahia”, sediado em Salvador, que visa realizar um trabalho de cunho social. No momento, desenvolve essas atividades na Boca do Rio, Salvador e Encarnação de Salinas, Bahia. Como coreógrafo, Jelon colaborou com famosos compositores, entre eles: Marcelo Zarvos, Ramiro Musoto, Caetano Veloso, Tote Gira e Ciro Batista. Atualmente coordena o trabalho em duas Escolas Publicas a KIPP AMP Academy em Brooklyn, NY e a Hoggetowne Middle School, em Gainesville, FL., tendo a Capoeira como tema principal no currículo dos alunos. De 1982 a 1994 foi instrutor convidado no “Timothy Dwight College” na Universidade Yale, e de outros Colégios e Faculdades americanas, alem disso mestre Jelon foi convidado a participar de muitos programas de TV em diversas emissoras americanas, recebendo inúmeras condecorações, prêmios e bolsas. No ano de 1990 entrou para o “Hall of Fame International” (corredor da fama) de Artes Marciais (ele foi um dos 20 mestres de artes marciais escolhido por Wesley Snipes para receber o titulo de "Mestres do Século 20" em 2000), e recebeu inúmeras condecorações, e prêmios e bolsas do National Endowment for the Arts, New York State Council for the Arts, New York Foundation for the Arts, Rockefeller Foundation, Meet the Composer International Project, Lila Wallace Read Digest Foundation, Jerome Foundation e do Prefeito de New York Rundolph Julian, que declarou 12 de junho de 1995 "Capoeira Day", para comemora os 20 anos de Capoeira nos EUA, incluindo uma citação da Commisioners Court of Tarrant County, Texas, e outra da Câmera dos Vereadores da Prefeitura de Cleaveland, Ohio. Serviu em panéis do NEA e Dance Critics' Association e foi membro do Board of Trustee of Dance/USA. Também, no ano de 1990 entrou para o Hall of Fame International (corredor da fama) em Artes Marciais. Este ano recebeu o premio do Folk Culture to Life para realizar pesquisas sobre a Capoeira no Brasil, e foi indicado pra receber o premio "Tesouro Nacional dos EUA" (o segundo mais importante concedido pela Casa Branca). Mestre Jelon será o segundo capoeirista a receber essa condecoração, sendo que o primeiro foi mestre João Grande. Finalmente pelo seu papel como proponente e mestre de uma forma de arte de importância única histórica e cultural, mestre Jelon foi incluído em vários textos de numerosos acadêmicos, entre outros Professores Robert Ferris Thompson da Universidade Yale, foi o tema de um documentário pelo cine astra e diretor Warrington Hudlin.. Em 1999 Jelon entrou no Hall of Fame da prefeitura de Nova York, tendo seu nome permanente no Museu da Cidade.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“minha formação
e a capoeira, fizeram
com que eu superasse 
qualquer obstáculo
e tivesse respeito pela vida” 
 

     Assim como o cantor e compositor Caetano Veloso, mestre Jelon Vieira saiu de Santo Amaro da Purificação para ser conhecido internacionalmente. Antes, aprendeu capoeira Angola com mestre Bobo e Regional com mestre Ezequiel, passando ainda pela academia de mestre Bimba. Em 1975 chegou em Nova York, disposto a mostrar “o que é que o baiano tem”. Vinte anos depois, o prefeito daquela cidade, Rudolph Giuliani, instituiu o 12 de junho de 1995, como “Capoeira Day”( Dia da Capoeira), para comemorar os 20 anos da capoeira nos EUA. Além de capoeirista, Jelon carregava em sua bagagem o aprendizado da dança afro-brasileira.

.
MESTRE JELON NA DÉCADA DE 70 QUANDO CHEGOU NOS EUA
.
    Não demorou muito para perceber o interesse que os americanos tinham pela cultura do Brasil. Com isso, rapidamente Jelon desenvolveu um estilo coreográfico muito próprio, mesclando a dança afro-brasileira e capoeira com a dança moderna norte-americana. Em 77, fundou a companhia DanceBrazil, que nos últimos 30 anos já fez apresentações por todo os Estados Unidos e demais países como Itália, Áustria, Inglaterra, França, Espanha, Hungria, Bélgica, Portugal, Canadá, Japão, México, Iraque, Marrocos, Senegal, Angola, Austrália, Colômbia, Alemanha, Marrocos, Korea, Áustria, China, entre outros.
.
.
    Mestre Jelon fundou o Capoeira Luanda com os Contra-Mestres Guerreiro, Apache e seus alunos. Luanda é uma homenagem ao seu mestre Ezequiel Martins que fundou em 1964 o Grupo Luanda de Capoeira, em Salvador, também inspirado no significado do nome Luanda: junção da Lua e da Terra(dialeto Yorub) ou paz e terra imaginária (dialeto Bantu).
    Mestre Jelon ensina capoeira em Nova York, através da Capoeira Luanda, fazendo, também, workshops de residência em todo o país. Dessa forma, mestre Jelon teve alunos importantes e famosos como Pelé e os atores Wesley Snipes e Eddie Murphy. Ele divide suas atividades entre ensinamentos de capoeira aos jovens, no Brasil, e aulas e palestras nas principais universidades e companhias de dança dos Estados Unidos, o que lhe valeu participações em programas de televisão de redes norte-americanas e européias. Entre inúmeros prêmios e condecorações, Mestre Jelon foi o único mestre de capoeira que em 1990 entrou   para o Hall of Fame International (Corredor da Fama), em Artes Marciais, sendo também um dos 20 mestres de Artes Marciais, juntamente com Chuck Noris, Vam Damme, Jet Lee, Jackie Chan, David Carradine e Bruce Lee, escolhidos por Wesley Snipes para receber o título de “Mestres do Século 20”.
.
.
    Jelon lembra que chegou aos Estados Unidos numa época muito difícil para a capoeira. “Havia febre de consumo pelos filmes de Bruce Lee, entre outros. Em Nova York, a barra era pesada por causa dos conflitos do Vietnã, excesso de drogas, liberação dos hippies. “Fiquei vulnerável a tudo isso. Mas minha formação e a capoeira fizeram com que eu superasse qualquer obstáculo e tivesse respeito pela vida”, conta. Mensalmente o mestre retorna ao Brasil, dando assistência às atividades que desenvolve na Boca do Rio, em Salvador, Bahia; Encarnação de Salinas, Bahia, onde prepara alunos para dar continuidade ao seu trabalho nos EUA. Desse reduto já saíram professores que hoje ensinam em San Antonio, TX; Houston, TX; Austin, TX; Atlanta, GA; Saint Louis, MO; Denver, CO; Miami, FL; Gainesville, FL; Fleminnham, MA; Oakland, CA; Fresno, CA.
    Nessas idas e vindas, ele pôde observar uma mudança na capoeira praticada entre os brasileiros. “Antigamente, havia mais respeito pelos capoeiras. A capoeira no Brasil cresceu muito, porém, precisa se organizar e conscientizar-se”, explica. Quando retornou ao Brasil, ainda na década de 80, Jelon não se identificou com o que viu. Segundo ele, a violência aumentou por causa da criação de certos grupos, liderados por pessoas imaturas e despreparadas. Mas ressaltou um aspecto positivo: a maior participação feminina nas rodas.
.
.
    Uma outra questão levantada pelo mestre é a de que tanto no Brasil quanto nos EUA e Europa, há capoeiristas que “dormem” alunos e “acordam” mestres. Destaca, no entanto, que nos Estados Unidos a capoeira já ocupou seu espaço, tanto nas academias quanto nas universidades. “E até em Hollywood. Por isso, é bom nos prepararmos, a fim de impedir que a cultura americana prevaleça sobre a nossa arte. Precisamos ter consciência e organização”, alerta o mestre. Jelon afirma que, para um capoeirista, a maior recompensa é poder viajar, conhecer outros países e ganhar dinheiro com o que mais gosta de fazer, além de ver o desenvolvimento mental e espiritual dos seus alunos, através da capoeira. Ele lembra que o capoeirista deve estar sempre atento ao choque cultural que sofre, ao deixar seu país. O mestre garante que leva o Brasil em seu coração, para onde quer que vá. Diz, ainda, que a capoeira é uma arte que exige experiência e harmonia para um bom desenvolvimento dos trabalhos. 

Matéria feita pela Revista Capoeira