Aulas

História de Mestre Pastinha

Quem Foi Mestre Pastinha?

         Esta pergunta sugere uma linda história, real, vivida por um heróico personagem que aos 75 anos de existência conservava a mente e agilidade física de um jovem, impressionando, vivamente, aqueles que tiveram a ventura de o ver “jogar Capoeira” com os seus discípulos.
         Junto de Mestre Pastinha nos sentimos contagiados do seu entusiasmo religioso pela Capoeira Angola que, desde menino, pratica com rara devoção e quando a ela se refere nota-se em seu olhar um brilho estranho que traduz a alegria que me vai na al­ma, como se falasse da razão de ser de sua própria vida.
         A prática da Capoeira Angola exerceu na personalidade de Mestre Pastinha um irresistível fascínio que o transformou - num verdadeiro predestinado para o ensino desta modalidade esportiva que praticada em obediência a seus ensinamentos pode contribuir, poderosamente, para o equilíbrio psico—físico do homem.
         Vicente Ferreira Pastinha — este é o seu nome de batismo.
         Nasceu. a 5 de Abril de 1889, na Cidade do Salvador.
         Fala-nos com palavras impregnadas da mais pura gratidão acerca de Mestre Benedito, um negro natural de Angola com o qual iniciou a prática da Capoeira e, nessa época, o menino Vi­cente Pastinha contava 10 anos de idade.
         É de impressionar, com que lealdade e abnegação, Mes­tre Pastinha mantinha o ensino da Capoeira Angola, em sua pureza original, tal como a recebeu dos mestres africanos, não per­mitindo, em sua Academia, que fôsse deformada com a introdução de práticas próprias de outros métodos de luta, sendo, por tal procedimento, reconhecido como o legítimo representante da Capoeira Angola na Bahia e no Brasil a cujo folclore, seu nome, estará eternamente ligado.
         A história de Mestre Pastinha é longa, em grande par­te, uma luta contra as adversidades - será assunto para um livro que nos contara sua vida que se confunde com a história da Capoeira na Bahia.
         Portanto vale destacar a figura do Mestre Pastinha, pelo muito que contribuiu para maior difusão da capoeira e por ter sido o mais antigo e famoso mestre-capoeira da Bahia, conhecido em quase todo o Brasil e também no exterior, na África, onde juntamente com seus discípulos e acompanhado de alguns mestres, por ele convidados, representou. o Brasil no I Festival de Arte Ne­gra, em Dakar. Foi também o fundador da primeira Escola de Ca­poeira, em 1910, localizada no Campo da Pólvora.
         A respeito do seu ingresso na capoeira, ele nos contava assim:
         “Quando eu. tinha dez anos de idade, eu era franzininho, outro menino, mais taludo que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua, ia fazer compras por exemplo e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando sempre. Contava ainda o tal menino com o apoio de sua mãe, que o incentivava a bater mais. Ao voltar para casa eu. ainda apanhava pela segunda vez, de minha madrinha, por causa da demora em trazer as compras ou por estar com a roupa rasgada. Então eu ia chorar de vergonha e tristeza. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a briga da gente. “Vem ca meu filho”, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. “Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade, O tempo que você perde empinando arraia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui. Ele arrastava os móveis da sala e deixava um espaço livre onde me ensinava a jogar capoeira, todo dia uma pouco e aprendi tudo. Ele costumava dizer: “Não provoque, menino, vai botando de vagarzinho ele sabedor do que você sabe”. Um ano depois encontrei o me­nino na rua. Ele então me perguntou: “Estava viajando ou estava se escondendo cora medo de mim?” Eu então lhe respondi: Estava com medo. A mãe do menino já se encontrava na porta, sorrindo divertida, esperando o início do espetáculo, quando seu filho ven­ceria novamente a batalha. Mas, para sua surpresa aconteceu ao contrário. Assim que o menino levantou a mão para desferir a pancada, com um só golpe, mostrei-lhe do que eu era capaz. E aca­bou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito. “O velho africano chamava-se Benedito e quando me ensinou o jogo tinha mais idade do que eu hoje”.
         Muitos anos depois, em 1941, numa tarde de domingo, um ex-aluno do Mestre Pastinha de nome Aberrê, de Santo Amaro da Purificação, convidou-o para acompanhá-lo ao bairro da Liberdade, na Ladeira das Pedras, no Gingibirra, onde se formava todos os domingos uma roda de capoeira. Lá se encontravam os maiores mes­tres da Bahia. Mestre Pastinha aceitou o convite e passou a tar­de a “vadiar” e assistir aos outros mestres, inclusive o seu ex- aluno Aberrê, que já era famoso no local. No fim da tarde, eles se reuniram e era nome de todos os mestres ali presentes, um dos maiores mestres da Bahia, de nome Amorzinho, entregou a capoeira angola ao Mestre Pastinha, para que ele tomasse a frente e a colocasse em seu devido lugar. Diante do acontecimento ele fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, registrando-o em 1952, favorecendo com isso, para o desenvolvimento da Capoeira Angola na Bahia.
         Em sua Academia, anteriormente situada no Largo do Pelourinho n. 19, onde hoje funciona o SENAC, e posteriormente na Rua Gregório de Matos n. 51, atualmente fechada após o seu fale­cimento, além do ensino da capoeira, ajudado pelos seus dois ex-alunos, João Grande e João Pequeno, Mestre Pastinha nos ensinava como deveríamos nos portar em certas dificuldades que a vida nos proporcionasse, além de outros ensinamentos apreendidos com a sua larga experiência na vida. Foi também grande capoeirista, talvez o melhor que a Bahia já conheceu, gingava de um modo que ninguém nunca conseguiu imitá-lo.

C/Mestre Guerreiro

     Ademercino Teles Tomé (Contramestre Guerreiro) nascido no dia 15 de novembro de 1977 em Miracema do Tocantins - TO, veio para Goiânia no ano de 1981, iniciou-se na Capoeira em 1988, com o Professor Jacó, com quem treinou até 1993, no ano de 1994 dando continuidade a sua prática na capoeiragem com o Mestre Suíno com quem se formou contramestre em capoeira e dos quais 14 anos se dedica ao ensino da Capoeira para crianças, adolescentes e adultos.

Formado em Educação Física é reconhecido internacionalmente pelo grande trabalho que vem realizando, desde 1994 vem se dedicando ao ensino da Capoeira para crianças, adolescentes e adultos. Por três anos, ensinou Capoeira nos estados de São Paulo e Minas Gerais onde mantém um trabalho junto aos instrutores formados por ele. Em sua trajetória, o Contramestre Guerreiro já esteve em vários países da Europa ministrando cursos e palestras de Capoeira, apresentando o trabalho que vem desenvolvendo durante seus 20 anos na Capoeiragem.

     Sempre em atividade no meio capoeirístico, teve participação direta na gravação de vários CD's e DV's de Capoeira. Atualmente o C/ Mestre Guerreiro ministra aulas de Capoeira em escolas e academias de Goiânia para crianças a partir de um ano e meio de idade, além do trabalho de formação de novos instrutores em Capoeira os quais possuem trabalhos em várias prefeituras dos Estados de: Minas Gerais, São Paulo e Goiás, mantendo assim vários projetos sociais nos âmbitos educacional, esportivo e cultural. veio para Goiânia no ano de 1981, iniciou-se na Capoeira em 1988, com o Professor Jacó, com quem treinou até 1993, no ano de 1994 dando continuidade a sua prática na capoeiragem com o Mestre Suíno com quem se formou contramestre em capoeira e dos quais 14 anos se dedica ao ensino da Capoeira para crianças, adolescentes e adultos.

                              

C/Mestre Apache

Rogério Cordeiro de Carvalho (Apache) é Contramestre do Capoeira Luanda. Nascido em Goiânia no dia 25/10/1975, seu primeiro contato com a Capoeira foi no ano de 1984 no centro comunitário do St. Novo Horizonte. Mas somente em 1986 iniciou a sua trajetória capoeirística no grupo Arte e Ginga comandado pelos professores Jacó e Piau no St. Vila Boa. O apelido ele recebeu do Professor Jacó devido a sua aparência com índio quando pequeno. Em 1994 ele ficou na supervisão direta do Mestre Suíno. O professor Apache se dedica ao ensino da Capoeira para crianças, adolescentes e adultos desde 1994.

Em sua trajetória na Capoeira já participou e realizou vários encontros pedagógicos, congressos nacionais, festivais, campeonatos, batizados e troca de graduações, além de ter produzido e lançado no mercado da Capoeira um CD de musicas inéditas. Se orgulha de ter formado inúmeros graduados com boa didática e fundamento na capoeira. Reconhecido pelo grande trabalho que desenvolve o Contramestre Apache recebe varios convites para participar de grandes eventos no mundo da capoeira. Em 2007 juntamente com o Contramestre Guerreiro se uniram com o Mestre Jelon e ajudaram a fundar o CAPOEIRA LUANDA. E com muito orgulho Apache tem a Honra de ser aluno de mestre Jelon.

Apache é casado com a professora Josy, sua aluna e companheira a mais de 15 anos, dessa união nasceu o querido Rafael. Além de se dedicar ao Capoeira Luanda, desenvolve com muito orgulho e profissionalismo sua outra profissão na área de segurança pública como Guarda Municipal de Goiânia. Atualmente Apache está cursando  Gestão Pública na Uni-Anhanguera.


Primeira turma do Professor Jacó em 1986. Apache em pé do lado direito da foto sem camisa.
Apache pegando sua segunda graduação em 1988.

Mais Sobre o Capoeira Luanda

O Capoeira Luanda nasceu da união de capoeiristas de épocas e experiências diferentes, com a participação efetiva dos professores, instrutores e  graduados do mestre Jelon, contramestre Guerreiro e contramestre Apache. O Capoeira Luanda foi fundado no dia 06 de abril de 2007, depois de um longo processo de estudo e pesquisa sob a direção do mestre Jelon - EUA.
         
            O Capoeira Luanda tem como filosofia divulgar, desenvolver e expandir a Arte-Luta Capoeira no Brasil e no Mundo, priorizando o desenvolvimento técnico e teórico de seus integrantes, enfatizando a valorização pessoal e profissional e acima de tudo a lealdade, respeito e a valorização pelo ser humano.
 
             O Capoeira Luanda tem como objetivo em comum trazer para o mundo da capoeira uma proposta diferenciada no que tange a administração, o processo  pedagógico e metodológico  de  todos os seus integrantes, contribuindo assim para o  desenvolvimento evolutivo do Capoeira Luanda.
             A razão do nome Luanda é uma homenagem ao mestre Eziquiel Martins (mestre do mestre Jelon), que fundou em 1963 o Grupo Luanda de Capoeira em Salvador, na Bahia-Brasil. Também, o nome foi inspirado no significado do nome Luanda, que quer dizer “a junção da Lua e da Terra” no dialeto Yoruba e “Paz e Terra imaginária” no dialeto Bantu. Luanda, como sendo a capital de Angola, teve o porto mais importante na época da escravidão e do Mercado de Africanos trazidos como escravos para as Américas. Luanda era a cidade onde os Africanos davam seu último adeus à África. Então, foi desse Mercado de Escravo que iniciou a riqueza da Cultura Africana no Brasil.
              O Capoeira Luanda trata-se de uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, que busca atuar na divulgação e promoção da Capoeira e culturas afro-brasileiras, trabalhando também na formação de uma consciência junto a criança e ao adolescente, contribuindo para o desenvolvimento psico-social positivo, através dos princípios e movimento da Capoeira. Partindo da perspectiva da capoeira como uma forma de valorização das manifestações da cultura popular brasileira, rica em significados e possibilidades. Esta associação se justifica pela importância que este esporte possui numa grande ajuda no processo educacional.

              O Capoeira Luanda é constituído por alunos iniciantes, alunos graduados, instrutores, professores, contramestres e mestres. É dirigido pelo mestre Jelon Vieira e em segunda estância pelo conselho de contramestres e professores. Nosso objetivo é divulgar e procurar desenvolver todos os aspectos da Capoeira. Já estamos presente em 8 países: Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Peru, Holanda, França, Itália e Turkia.



História de Mestre Bimba

     Aos 23 de novembro de 1900, início de um novo século, no bairro de Engenho Velho, freguesia de brotas, em Salva­dor, Bahia, nascia Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Seu apelido BIMBA, ele ganhou logo que nasceu em virtude de urna aposta feita entre sua mãe e a parteira que o “aparou” Sua mãe D. Maria Martinha do Bonfin, dizia que daria luz a uma menina. A parteira afirmava que seria homem. Apostaram. Perdeu dona Maria Martinha e o Manoel, recém-nascido, ganhou o apelido que o acompanharia para o resto de sua vida. Bimba é, na Bahia, um nome popular do órgão se­xual masculino em crianças.
     
     Seu pai, o velho Luiz Cândido Machado, era citado nas festas de largo como grande “batuqueiro”, como campeão de “Batuque”, “a luta braba, com quedas, com a qual o sujeito jogava o ou­tro no chão”.
     
     Aos 12 anos de idade, Bimba, o caçula de dona Martinha, iniciou-se na Capoeira, na Estrada das Boiadas, hoje bairro da Li­berdade, em Salvador. Seu Mestre foi o africano Bentinho, Capitão da Cia. de Navegação Bahiana. Neste tempo, a capoeira era bastante perseguida e Bimba contava: “naquele tempo a Capoeira era coisa pa­ra carroceiro, trapaceiro, estivador e malandros. Eu era estivador, mas fui um pouco de tudo. A polícia perseguia um capoeirista como se persegue um cão danado. Imagine só, que um dos castigos que da­vam a capoeiristas que fossem presos brigando, era amarrar um dos punhos num rabo de cavalo e outro em cavalo paralelo. Os dois cava­los eram soltos e postos a correr em disparada até o quartel... Co­mentavam até, por brincadeira, que era melhor brigar perto do quartel, pois houve muitos casos de morte. O indivíduo não aguentava ser arrastado em velocidade pelo chão e morria antes de chegar seu destino o quartel de polícia”.
  
ORIGEM 
     A essa altura, Bimba começou a sentir que a “Capoeira Angola”, que ele praticava e ensinou por um bom tempo, tinha se mo­dificado, degenerou-se e passou a servir de “prato do dia” para “pseudos-capoeiristas”, que a utilizavam unicamente para exibições em praças e, por possuir um número reduzido de golpes, deixava mui­to a desejar em termos de luta. Aproveitou-se então do “Batuque” e da “Angola” e criou que chamou de “Capoeira Regional”, uma luta baiana. Possuidor de grande inteligência, exímio praticante da “Capoeira Angola” e muito íntimo dos golpes do “Batuque”, intimidade esta adquirida com seu pai, um Mestre nesse esporte, foi fácil para Bim­ba, com seu gênio criativo, “descobrir a Regional”.

  EVOLUÇÃO
     Criada a Regional, Bimba deu, talvez, a sua maior contribuição à Capoeira: criou um método de ensino para esta, coisa - que até então não existia: “o capoeirista aprendia de oitiva” dizia o Mestre. O que caracteriza a capoeira Regional é a sua “Sequência de Ensino”: “Esta Sequência é uma série” de exercícios físicos com­pletos e organizados em um número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em Capoeira, dentro de menor espaço de tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa. A Sequência é para o capoeirista o seu ABC. Ela veio contribuir de maneira definitiva para aprendizado da Capoeira.
     Já bastante familiarizado com seu método, com a Regional, Bimba passou à parte mais importante, que consistia em testar a sua Capoeira em “rodas” estranhas. Não deu em outra coisa! Bimba chegava, entrava na roda e aos “Galopantes”, “Vingativas”, “Bandas Trançadas”, etc., colocava a tal ponto, que quando ele chegava a uma “roda” com seus alunos da Regional, a roda simplesmente acabava por motivos óbvios! Ninguém queria jogar com Bimba, contra a sua Capoeira Regional, que passou a dar fama ao seu criador e a tornar-se conhecida. 
     Mestre Bimba faleceu no dia 05 de fevereiro de 1974 em Goiânia.

Saiba mas sobre Mestre Jelon

Mestre Jelon Vieira fundador do Capoeira Luanda, nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia, em 1953. Aos 10 anos de idade começou a treinar Capoeira Angola, com o mestre Emérito e posteriormente com mestre Bobô. Em 1969 conheceu mestre Ezequiel com quem aprendeu Capoeira Regional ,tendo a honra de treinar na academia do mestre Bimba.



Em 1972 ingressou no “Viva Bahia”, dirigido pela Professora Emilia Biancadi de Ferreira, ocasião em que também aprendeu as danças Folclóricas da Bahia. Em 1974, durante uma tournée de três meses do “Viva Brasil“, viajou para a Europa com mestre João Grande, mas resolveu deixar a companhia, fixando-se em Paris ,e, em seguida, se mudou para Londres, com o objetivo de desenvolver um trabalho com a capoeira.




Em 1975 foi convidado para realizar um show nos Estados Unidos, e resolveu ficar em Nova Iorque. Seus primeiros trabalhos foram nas escolas públicas do Bronx aonde, pela primeira vez, conheceu o Break Dance . Em 1982 ingressou na “New York University” com o objetivo de aprimorar seu inglês. Em 1980 fundou a “The Capoeira Foundation, Inc.” e em 1993 a “Fundação Ilé Bahia de Santo Antonio” no Texas, organizações que têm como objetivo a divulgação da cultura afro-brasileira nos Estados Unidos. Teve como seus alunos: Pelé, Wesley Snipes e Eddie Murphy. EM 1993, após regressar ao Brasil, fundou o “Instituto de Artes Urbana da Bahia”, sediado em Salvador, que visa realizar um trabalho de cunho social. No momento, desenvolve essas atividades na Boca do Rio, Salvador e Encarnação de Salinas, Bahia. Como coreógrafo, Jelon colaborou com famosos compositores, entre eles: Marcelo Zarvos, Ramiro Musoto, Caetano Veloso, Tote Gira e Ciro Batista. Atualmente coordena o trabalho em duas Escolas Publicas a KIPP AMP Academy em Brooklyn, NY e a Hoggetowne Middle School, em Gainesville, FL., tendo a Capoeira como tema principal no currículo dos alunos. De 1982 a 1994 foi instrutor convidado no “Timothy Dwight College” na Universidade Yale, e de outros Colégios e Faculdades americanas, alem disso mestre Jelon foi convidado a participar de muitos programas de TV em diversas emissoras americanas, recebendo inúmeras condecorações, prêmios e bolsas. No ano de 1990 entrou para o “Hall of Fame International” (corredor da fama) de Artes Marciais (ele foi um dos 20 mestres de artes marciais escolhido por Wesley Snipes para receber o titulo de "Mestres do Século 20" em 2000), e recebeu inúmeras condecorações, e prêmios e bolsas do National Endowment for the Arts, New York State Council for the Arts, New York Foundation for the Arts, Rockefeller Foundation, Meet the Composer International Project, Lila Wallace Read Digest Foundation, Jerome Foundation e do Prefeito de New York Rundolph Julian, que declarou 12 de junho de 1995 "Capoeira Day", para comemora os 20 anos de Capoeira nos EUA, incluindo uma citação da Commisioners Court of Tarrant County, Texas, e outra da Câmera dos Vereadores da Prefeitura de Cleaveland, Ohio. Serviu em panéis do NEA e Dance Critics' Association e foi membro do Board of Trustee of Dance/USA. Também, no ano de 1990 entrou para o Hall of Fame International (corredor da fama) em Artes Marciais. Este ano recebeu o premio do Folk Culture to Life para realizar pesquisas sobre a Capoeira no Brasil, e foi indicado pra receber o premio "Tesouro Nacional dos EUA" (o segundo mais importante concedido pela Casa Branca). Mestre Jelon será o segundo capoeirista a receber essa condecoração, sendo que o primeiro foi mestre João Grande. Finalmente pelo seu papel como proponente e mestre de uma forma de arte de importância única histórica e cultural, mestre Jelon foi incluído em vários textos de numerosos acadêmicos, entre outros Professores Robert Ferris Thompson da Universidade Yale, foi o tema de um documentário pelo cine astra e diretor Warrington Hudlin.. Em 1999 Jelon entrou no Hall of Fame da prefeitura de Nova York, tendo seu nome permanente no Museu da Cidade.

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“minha formação
e a capoeira, fizeram
com que eu superasse 
qualquer obstáculo
e tivesse respeito pela vida” 
 

     Assim como o cantor e compositor Caetano Veloso, mestre Jelon Vieira saiu de Santo Amaro da Purificação para ser conhecido internacionalmente. Antes, aprendeu capoeira Angola com mestre Bobo e Regional com mestre Ezequiel, passando ainda pela academia de mestre Bimba. Em 1975 chegou em Nova York, disposto a mostrar “o que é que o baiano tem”. Vinte anos depois, o prefeito daquela cidade, Rudolph Giuliani, instituiu o 12 de junho de 1995, como “Capoeira Day”( Dia da Capoeira), para comemorar os 20 anos da capoeira nos EUA. Além de capoeirista, Jelon carregava em sua bagagem o aprendizado da dança afro-brasileira.

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MESTRE JELON NA DÉCADA DE 70 QUANDO CHEGOU NOS EUA
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    Não demorou muito para perceber o interesse que os americanos tinham pela cultura do Brasil. Com isso, rapidamente Jelon desenvolveu um estilo coreográfico muito próprio, mesclando a dança afro-brasileira e capoeira com a dança moderna norte-americana. Em 77, fundou a companhia DanceBrazil, que nos últimos 30 anos já fez apresentações por todo os Estados Unidos e demais países como Itália, Áustria, Inglaterra, França, Espanha, Hungria, Bélgica, Portugal, Canadá, Japão, México, Iraque, Marrocos, Senegal, Angola, Austrália, Colômbia, Alemanha, Marrocos, Korea, Áustria, China, entre outros.
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    Mestre Jelon fundou o Capoeira Luanda com os Contra-Mestres Guerreiro, Apache e seus alunos. Luanda é uma homenagem ao seu mestre Ezequiel Martins que fundou em 1964 o Grupo Luanda de Capoeira, em Salvador, também inspirado no significado do nome Luanda: junção da Lua e da Terra(dialeto Yorub) ou paz e terra imaginária (dialeto Bantu).
    Mestre Jelon ensina capoeira em Nova York, através da Capoeira Luanda, fazendo, também, workshops de residência em todo o país. Dessa forma, mestre Jelon teve alunos importantes e famosos como Pelé e os atores Wesley Snipes e Eddie Murphy. Ele divide suas atividades entre ensinamentos de capoeira aos jovens, no Brasil, e aulas e palestras nas principais universidades e companhias de dança dos Estados Unidos, o que lhe valeu participações em programas de televisão de redes norte-americanas e européias. Entre inúmeros prêmios e condecorações, Mestre Jelon foi o único mestre de capoeira que em 1990 entrou   para o Hall of Fame International (Corredor da Fama), em Artes Marciais, sendo também um dos 20 mestres de Artes Marciais, juntamente com Chuck Noris, Vam Damme, Jet Lee, Jackie Chan, David Carradine e Bruce Lee, escolhidos por Wesley Snipes para receber o título de “Mestres do Século 20”.
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    Jelon lembra que chegou aos Estados Unidos numa época muito difícil para a capoeira. “Havia febre de consumo pelos filmes de Bruce Lee, entre outros. Em Nova York, a barra era pesada por causa dos conflitos do Vietnã, excesso de drogas, liberação dos hippies. “Fiquei vulnerável a tudo isso. Mas minha formação e a capoeira fizeram com que eu superasse qualquer obstáculo e tivesse respeito pela vida”, conta. Mensalmente o mestre retorna ao Brasil, dando assistência às atividades que desenvolve na Boca do Rio, em Salvador, Bahia; Encarnação de Salinas, Bahia, onde prepara alunos para dar continuidade ao seu trabalho nos EUA. Desse reduto já saíram professores que hoje ensinam em San Antonio, TX; Houston, TX; Austin, TX; Atlanta, GA; Saint Louis, MO; Denver, CO; Miami, FL; Gainesville, FL; Fleminnham, MA; Oakland, CA; Fresno, CA.
    Nessas idas e vindas, ele pôde observar uma mudança na capoeira praticada entre os brasileiros. “Antigamente, havia mais respeito pelos capoeiras. A capoeira no Brasil cresceu muito, porém, precisa se organizar e conscientizar-se”, explica. Quando retornou ao Brasil, ainda na década de 80, Jelon não se identificou com o que viu. Segundo ele, a violência aumentou por causa da criação de certos grupos, liderados por pessoas imaturas e despreparadas. Mas ressaltou um aspecto positivo: a maior participação feminina nas rodas.
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    Uma outra questão levantada pelo mestre é a de que tanto no Brasil quanto nos EUA e Europa, há capoeiristas que “dormem” alunos e “acordam” mestres. Destaca, no entanto, que nos Estados Unidos a capoeira já ocupou seu espaço, tanto nas academias quanto nas universidades. “E até em Hollywood. Por isso, é bom nos prepararmos, a fim de impedir que a cultura americana prevaleça sobre a nossa arte. Precisamos ter consciência e organização”, alerta o mestre. Jelon afirma que, para um capoeirista, a maior recompensa é poder viajar, conhecer outros países e ganhar dinheiro com o que mais gosta de fazer, além de ver o desenvolvimento mental e espiritual dos seus alunos, através da capoeira. Ele lembra que o capoeirista deve estar sempre atento ao choque cultural que sofre, ao deixar seu país. O mestre garante que leva o Brasil em seu coração, para onde quer que vá. Diz, ainda, que a capoeira é uma arte que exige experiência e harmonia para um bom desenvolvimento dos trabalhos. 

Matéria feita pela Revista Capoeira

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